terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Um excelente site



Este site é excelente: Arborium - Atlas de Árvores de Leiria.

Descobri-o por acaso, enquanto fazia as minhas confirmações sobre as árvores aqui da Alta. E o Arborium , além de muito fácil de navegar, tem muita informação sobre - e isto é impressionante - todas as espécies de árvores que existem na cidade de Leiria; e são muitas...

Por rua, por espécie, por área da cidade, a procura é fantástica e as informações perfeitas; os textos introdutórios, as várias fotografias de cada espécie, os roteiros e um bom glossário botânico ilustrado, completam o quadro: um dos melhores sites, e em português, sobre árvores na cidade!

Muitos parábens!

Cipreste-da-Califórnia (Cupressus macrocarpa)


Já os vemos há tanto tempo pelas nossas paragens que se calhar já achamos que são nacionais; mas não, este cipreste (também lhe chamam cedro) é um Cipreste da Califórnia (Cupressus macrocarpa) e é originário exactamente dessa zona, mais particularmente da área litoral de Monterey.

Árvore perene, caracteriza-se pelos ramos fazerem um ângulo de inserção no tronco de cerca de 45º; as folhas têm forma de escamas, de 2 a 5 mm de comprimento, e quando se esfregam, exalam um agradável cheiro a limão.

É uma espécies monóica; os frutos femininos são uns cones globosos-oblongos de 2 a 4 cm de comprimento; os cones masculinos são pequenos, de 3 a 5 mm nas extremidades das folhas.

Adapta-se bem aos nossos climas temperados atlânticos e mediterrânicos. Tem um crescimento rápido e pode chegar aos 25/30 m de altura e a um diâmetro de 8 m. Na sua zona de origem são conhecidos exemplares com 200 e 300 anos de idade.

Árvore ornamental muito utilizada em Portugal, como espécie de enquadramento ou árvore urbana em parques e jardins.

As que foram, agora mesmo, plantadas aqui na zona são árvores pequenas, com 1,5 m de altura e um pap de 8/10 cm; estão já a ser regadas (por aspersão) e de certeza que se irão adaptar bem ao sítio - têm condições para isso. No futuro é que podem vir a ser árvores de escala um pouco superior ao espaço de que dispõem nos canteiros onde foram plantadas.

sábado, 23 de dezembro de 2006

Casuarina (Casuarina equisetifolia)


Esta árvore parece um pinheiro! Mas não é... É uma casuarina (Casuarina equisetifolia), oriunda dos mares do Pacífico Sul.

Adapta-se muito bem a solos leves, bem drenados e com poucos nutrientes - como são os das zonas das areias do litoral (e alguns utilizados nas intervenções urbanas), dado que nas suas raízes vivem bactérias (do género Frankia neste caso) que têm a capacidade de fixar azoto no solo retirado do ar.

O ar é composto por 78 % de azoto, mas as plantas não têm capacidade de o usar daí directamente, tendo de o absorver pelas raízes; como o azoto é indispensável para o crescimento das plantas, vê-se a importância da associação com bactérias fixadoras daquele elemento. Esta associação (ou simbiose) acontece também noutras plantas, como por exemplo nas Leguminosas (de que já vimos a Olaia) com bactérias do género Rhizobium.

Outra das características interessante desta árvore reside nas suas folhas - as agulhas não são de facto folhas, mas apenas os pés das mesmas; as folhas propriamente ditas são minímas (ver seta) e estão dispostas á volta desses pés; estes são muitos e seguidos, em cada agulha.As folhas masculinas e femininas estão na mesma árvore (espécie monóica) e os frutos fazem lembrar umas pequenas pinhas (só que têm cerca de 1 cm); delas saem muitas sementes aladas, que podem ser levadas pelo ar ou pela água para colonizar com sucesso outras áreas.

É uma árvore de "folha" perene. De crescimento de média velocidade, pode atingir os 25/30 m de altura, e os 5/6 m de copa; tolera bem a seca e vento, mas dá-se mal com geadas e zonas mal drenadas.

As da zona estão plantadas no meio dum separador com uma largura de 1 m; são já de bom perímetro à altura do tronco e de de 4/5 m de altura; estão bem adaptadas. O separador - longo, só com esta espécie disposta de 10 m em 10 m - é que está um pouco monótono.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Ginko (Ginkgo biloba)


Atenção agora, esta é uma árvore muito especial! Diz-se que já existia no tempo dos Dinossáurios - há mais de 65 milhões de anos - enquanto que o Homem só cá anda há 2/3 milhões...

O Ginko (Ginkgo biloba) é assim um autêntico "fóssil vivo", a espécie mais "velha" do reino vegetal, e justo símbolo de longevidade. Há referências a exemplares na China - local onde a espécie ainda sobrevive em estado selvagem, embora apenas numa única zona a sul de Xangai e com risco de extinção - com cerca de 2500 anos.

As suas folhas em forma de leque, com dois lóbulos, são inconfundíveis nas árvores de todo o mundo; caducas, ficam de um amarelo-dourado lindo no Outono antes de cairem.

É uma árvore dióica, com exemplares machos e fêmeas. Estas produzem uns frutos em forma de ameixas douradas que quando caem no chão libertam um cheiro fétido característico (é por isto que nos passeios só se devem plantar os exemplares machos).

A copa é alongada, irregular, podendo atingir os 25/30 m de altura e os 5/8 m de diâmetro.

Além do mais, o facto de resistir muito bem a doenças, insectos e poluição, tornam-na uma excelente árvore urbana.

As da rua aqui atrás ainda estão muito pequenas, com 4/5 m de altura e perimetro à altura do peito de 10/12 cm. Como vimos, ainda vamos ter aqui ginkos por mais um bom par de anos!

domingo, 17 de dezembro de 2006

Melia (Melia azedarach)


Aqui ao lado há uma ávore que parece que se enfeitou para o Natal; é a melia (Melia azedarach), que nesta altura do ano apresenta uns lindos frutos redondos e amarelos.

Originária do sudoeste asiático, a melia é de folha caduca e pode atingir os 8/9 m de altura e os 5/6 m de diâmetro da copa.

O porte, as folhas recortadas, a líndissima floração lilás e os frutos amarelos, fazem dela uma árvore muito usada como ornamental em todo o mundo, embora não suporte as geadas e se adapte bem à seca. É também uma árvore de crescimento rápido.

As melias daqui são já árvores muito bem desenvolvidas, com bom tronco de c. 18/20 cm de perímetro à altura do peito, pelo que já devem estar aqui plantadas à 4/5 anos; adaptaram-se bem e estão óptimas; tiveram agora uma pequena intervenção de poda de copa.

sábado, 16 de dezembro de 2006

Olaia (Cercis siliquastrum)


Esta olaia (Cercis siliquastrum) também é chamada "árvore-de-judas" (diz-se que o famoso Apóstolo se teria enforcado numa) ou "árvore-do-amor" (pelas folhas em forma de coração e as flores que lembram lágrimas, cor de rosa).

Proveniente da Palestina, é uma espécie há muito estabelecida no nosso País - daqui que já tenha o estatuto de "tradicional" na nossa paisagem vegetal - em particular no Sul dada a sua boa resistência à seca.

A floração em Março é exuberante e lindíssima, de cor rosa-avermelhada que aparece antes das folhas; estas são caducas, arredondadas; o fruto é uma vagem (é uma árvore da família das Leguminosas), pendente, que se mantém durante muito tempo (agora em Dezembro ainda é fácil vê-las).

É uma árvore relativamente pequena, com uma copa irregular, de 5/6 m de altura e 4/5 m de diâmetro; tem uma boa escala para ruas com prédios baixos, passeios largos e pátios. É muito interessante usada nas "escadinhas" dos bairros mais antigos de Lisboa.

As da rua aqui próxima têm cerca de 3 m de altura e um perímetro à altura do peito de 12/14 cm; ainda têm assim alguns anos para crescer. E a olaia é de crescimento rápido ao princípio, mas um bocado lento depois.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Grevília (Grevillea robusta)


Numa rua transversal e próxima, outra espécie foi utilizada - trata-se agora da Grevillea robusta, conhecida entre nós apenas por grevília. Originária da costa leste australiana é muito utilizada nas regiões sub-tropicais e mediterrânicas como árvore de arruamento.

É uma árvore de crescimento rápido, podendo atingir uma altura de 20/30 m e um diâmetro de 7/10 m, de copa piramidal; é curiosamente uma planta da mesma família do arbusto "protea" (muito cultivado por exemplo na Madeira para produção da conhecida flor de corte).

A folha é perene, muito recortada, verde escuro na página superior e verde-acinzentado na página inferior.

A flor da grevília é também muito interessante, de cor amarelo-alaranjado, em cachos verticais, que surgem em Maio/Junho e tornam esta árvore inconfundível.

Dá-se bem com nos nossos climas mais quentes, já que suporta a falta de água, mas não as geadas, principalmente em jovens.

As que estão plantadas aqui próximo, são árvores já com um perímetro á altura do peito de 16/18 cm e uma altura de 5/6 m e também estão a adaptar-se bem ao sítio. Contudo, nos recentes temporais de princípios de Dezembro de 2006 algumas tombaram e - mesmo tendo sido rapidamente "endireitadas" e reatadas aos tutores - uma ou outra parece ter sofrido bastante com esse incidente metereológico. Vamos ver se todas recuperam bem.

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Jacarandá (Jacaranda mimosifolia)


Mesmo ao virar da esquina da minha rua, outra espécie de árvore espreita. Agora trata-se do Jacarandá (Jacaranda mimosifolia).

Infelizmente vulnerável à extinção na sua área de origem (Noroeste da Argentina e Bolívia) é contudo uma das árvores ornamentais mais plantadas em todo o mundo. A sua exuberante floração azul-violeta é certamente um dos grandes motivos para tal.

No nosso País é muito utilizado, em especial em Lisboa e noutras cidades mais a Sul, dado que suporta bem a falta de água estival (pior as frias geadas invernais). Mas no Porto e noutras cidades do Norte também há jacarandás lindos!

É uma árvore de crescimento relativamente rápido, em que a folha é composta de 25-30 pares de folíolos, fazendo lembrar uma "mimosa" donde lhe vem emprestado o nome da espécie: "mimosifolia".

Esta folha cai na Primavera e a floração - as tais exuberantes flores tubulares - dá-se depois em Maio/Junho; o fruto é lenhoso e faz lembrar uma castanhola enrugada.

As que plantaram à pouco tempo na rua têm já cerca de 5/6 m de altura e um perimetro do tronco à altura do peito de 14/16 cm. Vamos acompanhar a adaptação, por enquanto estão globalmente bem.

Aguardemos então Maio, na esperança que a rua já venha a ter a cor lilás quando se olhar para o ceú...

domingo, 10 de dezembro de 2006

Bordo (Acer negundo)



A árvore que me fica mesmo em frente à porta de casa é um Bordo, mais concretamente um Bordo-negundo! Decidi por isso começar por esta espécie neste blogue sobre "árvores da minha rua"...

O nome científico deste bordo é Acer negundo. Curiosamente é uma espécie originária da América do Norte, onde tem uma vasta distribuição autóctone.

É muito utilizado na Europa e em Portugal como espécie ornamental, principalmente como árvore urbana. Cresce rapidamente, atingindo com frequência os 8/10 m de altura e com um diâmetro da copa de 5/6 m. Em adulta, a copa é arredondada, irregular. Resiste relativamente bem à seca e ao frio e pode durar cerca de 80 anos.

A casca é lisa nas árvores novas, ficando fissurada com o crescimento do tronco. As flores masculinas e femininas nascem em árvores diferentes (espécie dióica) e aparecem normalmente em Fevereiro/Março, antes das folhas.

As folhas são caducas - embora já em Dezembro na minha rua (Lisboa) muitas teimam ainda em não cair - e compostas de 3 ou 5 folíolos inseridos no mesmo raminho, terminando sempre com um deles na ponta.

Os frutos são muito curiosos, unidos dois a dois, alados para poderem voar melhor quando o vento sopra e eles estiverem prontos para deixar a árvore mãe e irem á procura da sua oportunidade de se tornarem belas árvores.

Os bordos-negundo da minha rua são ainda muito pequenos; não passam dos 3 m de altura; as menores têm um perímetro do tronco à altura do peito (pap) de cerca de 10/12 cm e as maiores de 16/18 cm; estão portanto ainda a adaptar-se à sua "casa" nova.

Esperemos que tudo lhes corra bem. Para tal, teremos por vezes de lhes dar uma ajuda. Mas isso é assunto para outro dia.