quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Palmeira-de-leque (Washingtonia filifera)


Eis-nos chegados à palmeira cá do bairro: a palmeira-de-leque (Washingtonia filifera). É originária dos oásis dos desertos da Califórnia, e dela os índios que aí habitavam faziam uso intenso dos frutos (que comiam) e folhas (das quais faziam abrigos, alimentavam o gado, fabricavam sandálias).

O seu nome latino é por um lado uma homenagem ao 1º Presidente dos EUA (George Washington) e por outro uma referência aos grandes filamentos que as folhas exibem e que caracterizam esta espécie.

As folhas são perenes, muito grandes - de 1 a 2 m de comprimento; o pecíolo é de quase iguais dimensões e tem dentes bicudos. As folhas que secam ficam penduradas no topo das árvores, na base das folhas mais jovens e formando uma "juba" amarelo-acinzentada, pendente, que na cidade serve de abrigo a pombos e outras aves. Tirando estas folhas as palmeiras ficam com ar mais elegante.

Tem inflorêscencias hermafroditas que aparecem na Primavera e que produzem uns frutos de cor escura que caem no Inverno e germinam facilmente, permitindo assim a propagação da espécie.

As palmeiras-de-leque são de crescimento rápido, podem atingir os 15/20 m e durar entre 100 e 200 anos; resistem bem á seca e não têm grandes problemas fitossanitários. São muito utilizadas nas regiões de clima mediterrânico, europeias e americanas, quer como árvores de alinhamento quer em exemplares isolados.

Aqui ao pé de casa, existe um pequeno alinhamento de 4 palmeiras num canteiro e outra,dupla, numa rotunda; são todas relativamente jovens e estão bem adaptadas.



Existe uma outra palmeira do género Washingtonia, a W. robusta; também se chama palmeira-de-leque, mas esta é "do México", enquanto que a W. filifera é "da Califórnia". Distingue-se por não ter a mesma profusão de filamentos nas folhas; cresce mais lentamente, tem maior altura e menor diâmetro de tronco, sendo assim a W. robusta a mais alta e magra das duas...

4 comentários:

Filipe Duarte disse...

Caro Jorge

Sou igualmente um amante da árvores, contudo considero que o uso de Palmeiras no espaço público tem sido muito abusivo. Quem olha para os nosso jardins parece que está num pais tropical, deixando de lado as espécies da flora mediterânica e deixando muitas saudades da nossa floresta laurisilva.

Julia disse...

Estou fazendo um trabalho sobre essa palmeira, será que você saberia dizer os tratamentos para o plantio, como adubação e regação?

Jorge Cancela disse...

Olá.
Ambas (W. robusta e W. filifera) necessitam de uma caixa de plantação, com idealmente 1.5 m x 1.5 m x 1.5 m, com areia e turfa, pois não gostam de solos pesados e onde a água possa acumular; portanto uma boa drenagem é o melhor para assegurar o bom desenvolvimento destas espécies.
Não necessitam de adubação se o solo for como atrás indicado. De notar que a filifera é de crescimento mais lento que a robusta. Se as plantar em meio urbano e sujeito a temporal é correcto cortar as folhas secas todos os anos para a palmeira estar mais limpa e não ter problemas com queda das folhas em casas, carros ou pessoas.

Frederico disse...

Começaram hoje a sair da terra os pequenos rebentos das sementes que ali coloquei a 07.12.2009. Menos de 6 meses, embora já tenha lido que a germinação pode levar até 12 meses.