segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Um Homem que muito ensinou a gostar e tratar de árvores...em especial o sobreiro



Joaquim Vieira Natividade.

Nascido em 1899, faleceu em 1968, sempre em Novembro, como agora.

Com 68 anos completos terá sido o maior conhecedor e divulgador do interesse silvícola e económico dessa "nossa" árvore de eleição, o sobreiro.

A sua publicação "Subericultura" de 1950, continua a ser "o" tratado sobre o tema.

Recentemente traduzido para espanhol, entusiasmou um Autor hermano - Ignacio Garcia Pereda - a escrever uma profunda e merecida biografia de Vieira Natividade, disponibilizando-a gratuitamente aqui. São de louvar essas duas atitudes e a biografia é altamente recomendável. Quem tem gosto pelas questões da ecologia aplicada, aconselha-se em particular o capítulo "A silvicultura biológica", páginas 111 a 116.

No site, não percam também o documentário "Três Pessoas e um Sobreiro". Esses três Homens - João Lopes Fernandes, Sardinha de Oliveira e Vieira Natividade - há muito mereciam ser assim divulgados. Estão de parabéns os Autores deste notável trabalho, a Fundação João Lopes Fernandes.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Passeios com árvores


Fica a informação e a recomendação. Bons passeios!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Nova Monografia do Lumiar

foto: jaime.silva@flickr
Excelente trabalho.

Para o conhecimento da Freguesia e em particular do seu valor histórico-patrimonial é um documento fundamental.

Recomendo em particular o capítulo "V - AS QUINTAS" onde se pode avaliar da importância destas unidades multi-valenciadas na composição urbana da nossa zona.

A proposito transcrevo um texto de uma entrevista ao Prof. Arquitecto-paisagista Gonçalo Ribeiro-Telles, de 2000:

Há um outro estudo, muito importante, “A Essência do Jardim Português”, um doutoramento da Prof. Aurora Carapinha. Este trabalho vem levantar o problema que é a essência do jardim português, do que é a quinta, e vem levantar, ainda que não directamente, outro problema. É que as cidades portuguesas são um caso único em que existem subúrbios que não apenas um alastramento caótico do tecido urbano.

Existem ainda fortes reminiscências do tecido rural ?

Não é do tecido rural, é do tecido suburbano. Aurora Carapinha refere que as cidades portuguesas, tanto no Porto, como em Lisboa, como em Évora – quanto mais vamos para sul mais esse fenómeno é vincado – têm um anel envolvente de quintas de recreio que não podem existir sem a cidade, nem a cidade sem as quintas. O anel envolvente de Lisboa, aquilo a que se chamava o Termo de Lisboa e que actualmente é o seu subúrbio, era uma sucessão de quintas que aliavam ao recreio o uso lúdico e gozo de amenidade de lugares e percursos. O mesmo não sucedia no resto da Europa, cá mantinha-se simultaneamente a produção de frescos e fruta em hortas e pomares.

Voltando à Monografia; são seu Autores os Professores Doutora Rosa Ferreira e Mestre Fernando Lemos, a edição é da Junta de Freguesia do Lumiar, de 2008, capa dura, 422 páginas e um preço que já não existe: 5 (cinco) euros.

Altamente recomendável.

domingo, 4 de maio de 2008

Problemas e eventual solução...




As coisas também não andam fáceis para as árvores das nossas ruas.

Tutores incorrectos, desnecessários e perigosos, árvores a precisar de intervenção correctiva, substituição de exemplares mortos, limpeza de caldeiras e rega instalada mas que nunca funcionou, são apenas alguns dos muitos erros e problemas que a arborização urbana na Alta de Lisboa ainda encerra e que é necessário corrigir se queremos que as condições de gestão sejam as adequadas para se conseguirem árvores saudáveis.

Pelo que eu tenho observado, têm sido muito poucas (ou nenhumas na maioria dos exemplares) as intervenções de manutenção do arvoredo urbano aqui por estas bandas.

A CML deverá ter este assunto na sua devida atenção, já que os cidadãos têm e devem exigir o direito constitucional a um bom ambiente.

Contudo também poderão ter a oportunidade de tomar o assunto directamente em mãos, como refere nomeadamente o Artigo 46º do Decreto-Lei nº 177/2001:

Decreto-Lei nº 177/2001 Regime jurídico da urbanização e da edificação
( Decreto-Lei 555/99, de 16 de Dezembro com a redacção do Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 de Junho )

Artigo 46.º
Gestão das infra-estruturas e dos espaços verdes e de utilização colectiva

1 - A gestão das infra-estruturas e dos espaços verdes e de utilização colectiva pode ser confiada a moradores ou a grupos de moradores das zonas loteadas e urbanizadas, mediante a celebração com o município de acordos de cooperação ou de contratos de concessão do domínio municipal.

2 - Os acordos de cooperação podem incidir, nomeadamente, sobre os seguintes aspectos:
a) Limpeza e higiene;
b) Conservação de espaços verdes existentes;
c) Manutenção dos equipamentos de recreio e lazer;
d) Vigilância da área, por forma a evitar a sua degradação.

Portanto, se a CML não tiver capacidade directa para assegurar a adequada manutenção dos espaços verdes públicos de zonas loteadas e urbanizadas, podem os moradores das mesmas propor e celebrar com a Autarquia acordos de cooperação para essas tarefas.

Criar-se-ão assim ocupações de residentes, eventualmente remuneradas, e de certeza que um trabalho de maior eficácia e carinho que o actualmente ocorre.

Fica a ideia, se calhar qualquer dia pode avançar a hipótese da mesma se concretizar.

domingo, 13 de abril de 2008

Uma nova geração de heróis


Neste novo slide-show de Al Gore apresentado em Fevereiro no TED, renova-se a dimensão estratégica e necessária do combate às alterações climáticas.


Embora - parecendo-me a mim - mais feito para consumo interno em época eleitoral americana, há mensagens universais: a missão geracional, a importância da democracia para atingir objectivos de intervenção, nomeadamente legais e vinculativos e a responsabilidade / oportunidade que todos temos para agir.


E é como sempre esperamos de Al Gore uma apresentação informada e inspiradora. A ver aqui.


terça-feira, 25 de março de 2008

Alergias



Só uma breve nota.

O início da Primavera e a chegada dos pólens, infelizmente para algumas pessoas, é um potencial problema dadas as suas alergias.

Neste excelente site da Rede Portuguesa de Alergologia pode-se encontrar informação muito útil, quer para quem gosta de árvores e quer saber o estado de floração das mesmas, quer para quem precisa dessa informação para gerir as alergias aos pólens.

Esperemos que seja muito consultado mas apenas pelos primeiros.

Boa Primavera, sem alergias.






domingo, 23 de março de 2008

Julius Sterling Morton - outro que gostava de árvores




O Dia Mundial da Árvore, também conhecido como Dia Mundial da Floresta, comemora-se todos os anos a 21 de Março, dia do início da Primavera.

Tal acontecimento tem a sua génese em 1872, data em que pela primeira vez um norte-americano do Estado do Nebraska, decidiu formalmente dedicar um dia às árvores.

Esse homem chamava-se Julius Sterling Morton.

Nascido em 1832 no Estado de Nova Iorque, estudou na Universidade de Michigan e aos 22 anos mudou-se para o Nebraska, onde foi jornalista e agricultor, sendo nomeado Secretário do Território de 1858 a 1861. Reconhecido como introdutor de novos métodos agrícolas e florestais, foi mais tarde nomeado Secretário da Agricultura do governo do Presidente Grover Cleveland (1893-1896). Morreu em 1902 no Estado do Illinois.

Morton sentiu que a economia e a paisagem do Nebraska beneficiariam muito com a plantação de árvores em larga escala. Fazendo das palavras actos, começou na sua quinta a plantar sebes, pomares e árvores de ensombramento, mostrando aos seus vizinhos os benefícios de tais intervenções.

Quando foi nomeado membro da direcção de agricultura daquele Estado, decidiu aproveitar a oportunidade e propõs um dia especial ("Arbor Day") para chamar a atenção para a importância das árvores, tendo mesmo criado um prémio para a pessoa que mais as plantásse.

Este dia - 10 de Abril de 1872 - foi um sucesso no Nebraska, tendo sido plantadas mais de 1 000 000 de árvores.

Um segundo Arbor Day ocorreu em 1884 e a partir daí tornou-se um dia feriado anual no Nebraska, dedicado à plantação de árvores; em 1885 a data passou para o dia 22 de Abril para coincidir com o aniversário de Julius Morton.

Nos anos seguintes a ideia espalhou-se a outros estados como o Kansas, Tennesse, Minnesota e Ohio, sendo actualmente celebrado em todos os estados dos EUA.

Inspirado neste movimento decidiu a FAO, organismo das Nações Unidas, que a partir de 1972 se dedicásse o dia 21 de Março ao Dia Mundial da Floresta.

Por curiosidade, embora esta seja a data de comemoração mundial, a tradição dos "Arbor Day" ou "dia da árvore" é mantido e comemorada em quase todos os países do mundo mas que contudo a celebram nos seus calendários mais adequados ao objectivo do sucesso das plantações.

De referir ainda que se celebra, também por este motivo de melhor adequação fenológica, a 23 de Novembro o "Dia da Floresta Autóctone" e que em Portugal foram realizadas de 1907 a 1917 várias "Festa da Árvore", acontecimento de forte cariz cívico e que se poderia renovar.