quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

A importância das árvores urbanas


Só para relembrar alguns aspectos importantes das árvores nas cidades, sem prioridades:

1. melhoram o micro-clima, aumentam o conforto urbano e diminuem os consumos energéticos:

a) reduzem o vento

b) aumentam o ensombramento no Verão

c) diminuem o efeito da "ilha de calor"

d) aumentam a humidade atmosférica no Verão

e) reduzem o albedo

2. reduzem a poluição atmosférica absorvendo vários poluentes em suspensão

3. fixam CO2 e libertam O2

4. criam micro-habitats para a fauna, em especial aves e insectos

5. favorecem a infiltração das águas pluviais, podendo diminuir os caudais de cheia

6. enquadram e valorizam esteticamente as estruturas edificadas

7. dão variações de cor, forma e textura á cidade

8. aumentam a nossa sensação de bem-estar

9. aumentam o valor financeiro dos imóveis próximos

10. ligam-nos à "Natureza"...

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Libertemos as árvores


Os tutores (postes de madeira normalmente utilizados ao lado das árvores para as segurar quando são pequenas) tendem a ser um problema maior do que a solução para a qual foram concebidos.

Servem, principalmente, para as árvores poderem suportar ventos fortes sem tombarem, enquanto as suas raízes não cumprem o papel de fixarem devidamente a planta ao solo (o que acontece quando elas são recentemente plantadas).

Podem servir também - nas situações urbanas mal concebidas ou de pouco espaço - como proteção da árvore aos ataques directos tipo parachoques das viaturas.

O problema é que os tutores, como tudo na vida, têm formas correctas e incorrectas de serem utilizados; vamos às correctas:

a) devem estar bem seguros no fundo da cova para realmente suportarem a árvore e não cairem sobre ela, provocando-lhe feridas, ou para outros lados, entortando-a;

b) devem estar afastados do tronco para não lhe provocarem feridas;

c) devem estar atados à árvores com fitas largas, plásticas ou orgânicas (ex: serrapilheira) para não magoarem o tronco e permitir o crescimento do mesmo;

d) essa fixação deve fazer um 8 (loop) entre o tutor e a árvore para evitar o contacto entre eles;

e) devem ser retirados assim que já não sejam necessários (ou seja, se a cova ou caldeira da árvore tiver as dimensões e características adequadas, num período maximo de 2 anos após plantação);

f) devem ser de tamanho reduzido e suportar a árvore no terço médio/inferior do tronco.

Vejam aqui um exemplo, em Barcelona:













Ora o que acontece na grande maioria dos casos nas árvores das nossas cidades é tudo ao contrário: tutores enormes, mal enterrados, atados ás árvores por estreitos fios plásticos, fios elétricos e fita adesiva, junto ao tronco, provocando-lhes extensas lesões de contacto e permancendo junto à árvore durante anos sem conta.

Este factos devem ser urgentemente corrigidos por forma a evitar danos graves e permanentes ás árvores!

Aos tutores (se mal empregues) pode assim aplicar-se o aforismo do costume: "com amigos destes, quem é que precisa de inimigos".

Para mais informação sobre esta assunto podem consultar:

The Myth of Staking
To Stake or not to Stake
Tree Staking
Staking Tree

Se tiverem situações destas solicitem a sua correcção escrevendo a quem tem a responsabilidade da manutenção dos espaços verdes na v. cidade. Muitas vezes os jardineiros não fazem isto por mal, mas apenas porque acham que na cidade é indispensável tutorar as árvores e por muitos anos...

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Bibliografia básica


Para mim estes livros são fundamentais na biblioteca de um amador de árvores em Portugal:

  • Cabral, Francisco Caldeira e Telles, Gonçalo Ribeiro, 1999 - A ÁRVORE EM PORTUGAL. Assírio e Alvim. Lisboa
É a "bíblia" para quem quer conhecer as árvores autóctones e tradicionais mais utilizadas em Portugal, realçando o seu enquadramento ecológico; fundamental ainda para perceber o que caracteriza uma árvore, e para saber "o que pretendemos" da árvore e como podemos atingir esses objectivos da forma mais adequada para a planta; indispensável.

  • Humphries, C.J. et alli, 1996 para a edição portuguesa - GUIA FAPAS, ÁRVORES DE PORTUGAL E EUROPA. Fapas e Câmara Municipal do Porto. Porto
É um guia de identificação, com edição original em inglês, mas muito bem traduzida e adaptada para português por um competente grupo de técnicos. Bons desenhos, textos claros, nomes correctos, fazem deste livro um dos tais indispensáveis para conhecer (e reconhecer) a maioria das árvores das nossas ruas e paisagens.

  • Parret, Jean, 2001 para a edição portuguesa - A ÁRVORE. Colecção "o nome da árvore". Temas e debates. Lisboa
É um pequeno livro, que se lê muito bem e que descreve as características essenciais e diferenciadoras das árvores, com particular clareza para o funcionamento e estrutura das mesmas.

  • Câmara Municipal de Lisboa, 2005 - GUIA ILUSTRADO DE VINTE E CINCO ÁRVORES DE LISBOA. Câmara Municipal de Lisboa. Lisboa

Com um design muito agradável e interessante ilustrações, este livro (quase uma brochura) mostra as características, locais onde se podem encontrar na cidade de Lisboa e algumas curiosidades sobre 25 espécies arbóreas marcantes nas ruas, jardins e parques da Capital.

  • Araújo, Paulo Ventura et alli, 2006, 2ª edição - À SOMBRA DE ÁRVORES COM HISTÓRIA. Gradiva. Lisboa
Um livro especial. Feito para as árvores que marcam a paisagem do Porto, deseja-se que possa vir a debruçar-se também sobre outras cidades do País. Descreve as espécies de uma forma muito interessante, mas concentra-se na história das mesmas, fazendo-nos reflectir que todas as actividades humanas têm um contexto temporal, espacial e ideológico, e que as árvores podem ser uma excelente forma de o analisar.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Ninhos



No Inverno as árvores de folha caduca revelam a sua estrutura lenhosa.

Nesta, é por exemplo interessante reparar:

  • a partir de que altura de tronco se iniciam os ramos principais,
  • qual a sua" arquitectura", as suas formas, dimensões,
  • subdivisões, locais e ângulos de inserção,
  • localização de gomos...

... um sem número de coisas que se estivermos atentos e interessados nos proporcionam uma observação diferente da árvore e que ajudam a ter dela uma imagem mais completa.

Contudo, é também nesta altura que melhor se observa um dos interesses das árvores urbanas: a de servir de habitat a espécies animais, neste caso, de local de nidificação de aves.

Além disso, o encontrar um ninho faz-nos regressar às doces sensações de infância; e mesmo sabendo que ele agora está vazio, imaginamos a Primavera que se aproxima e o prazer de novo "ir ver dos ninhos".

Não sei de que são, mas imagino que possam ser de pardal-comum (Passer domesticus); esta espécie está mais habituada a fazer ninho noutros locais que não lhes dêem tanto trabalho, mas também não desdenham uma arvorezita para fazer um lar.

Aparecem aqui na zona, do que eu já vi, em várias espécies de árvores: mélias, freixos, ginkos, bordos...portanto, aparentemente sem discriminação.


Enfim, nesta próxima Primavera já teremos mais outra coisa para nos entretermos!

Um homem que gosta de árvores...(e com boas ideias)


Vejam o Peter Gabriel neste Ted Talk a dizer que gosta de árvores (tal como nós)...
... só que não é só isso que ele diz; e essas outras coisas também valem a pena !