sábado, 1 de dezembro de 2007

Carvalho-americano (Quercus rubra)




Ainda há por aqui mais umas espécies para falarmos...

Uma delas é a Quercus rubra, conhecida entre nós por "carvalho-americano", por ser proveniente daquele continente, mais concretamente do leste da América do Norte; também lhe chamam "carvalho-vermelho" pela cor que as follhas adquirem no Outono, antes de cairem.

É uma conhecida árvore de arruamento e maciço, grande, que pode atingir uma altura de 20/30 m; o crescimento é rápido e são medianamente longevas.

A madeira é branda mas muito valorizada nos EUA.

O que mais o caracteriza são as folhas, grandes (podem atingir 20 cm de comprimento) e muito recortadas. São verde lustrosas na Primavera/Verão e depois caracteristicamente amareladas e vermelhas.

Dá-se bem em todos os solos, exceptos os de teor elevado de calcário e gosta de exposições ensolaradas.

Está num separador de via, com espaço ao nível aéreo para crescer bem.



terça-feira, 27 de novembro de 2007

"Eco-towns", aquecimento global e arborização urbana



É uma das grandes apostas do actual planeamento urbano inglês: as "eco-towns".

Partindo da constatação do sentido ascendente das temperaturas médias anuais e das implicações globalmente negativas deste facto na qualidade de vida urbana e nos consumos energéticos ligados á refrigeração, o Governo Inglês lançou um programa de criação de novos aglomerados e reabilitação dos existentes, que visa atingir objectivos de "carbono zero" para os mesmos.

Várias são as soluções para tal, mas as ligadas á estrutura verde urbana e à arborização de espaços exteriores são das mais defendidas para se atingirem aquelas metas.

Os cálculos apontam que são necessários cerca de mais 10% de área verde nas cidades densas para que os níveis de temperaturas médias se mantenham semelhantes aos actuais até 2080. Por outro lado uma redução de 10% da área verde actual aumentará essas temperaturas em cerca de 8ºC.

Quem quiser ler o relatório pode clicar aqui.

O desafio é claro e está lançado: todas as oportunidades para manter, melhorar e aumentar a área arborizada das cidades são para aproveitar. É fundamental a sombra e a evapotranspiração no Verão, a permeabilidade dos solos e a biodiversidade urbana. Estes são objectivos fáceis de atingir com o aumento da presença das árvores nas nossas cidades.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Algumas perguntas


Esta semana choveu à séria no Centro do Reino Unido, em particular na região do Yorkshire. As inundações foram o que a foto documenta.

Estes fenómenos só confirmam a variabilidade climática em que estamos. Urge agir, suponho que não para alterar essa realidade (já não vamos muito a tempo), mas sim para nos adaptarmos da melhor forma à mesma.

Neste contexto, importa salientar que - segundo a população local ouvida pelos meios de comunicação social - o que muito contribuiu para as inundações foi o entupimento das redes de drenagem pluvial urbana. As mesmas eram habitualmente limpas todos os anos, mas de há 2 anos para esta data esse trabalho deixou de ser efectuado.

Outros especialistas apontam também o facto do aumento da pavimentação dos jardins particulares, que contribuiu para colocar na rede caudais que dantes eram directamente infiltrados no solo.

Os prejuízos são enormes, o tempo de os reparar não será curto.

Poderemos nós aprender alguma coisa com isso?

Como estarão a funcionar esses nossos sistemas de drenagem pluvial?

E as capacidades dos meios receptores? Têm em consideração o aumento da área impermeabilizada?

Não vale a pena pensar neste assunto?

Não vale a pena plantar o máximo de árvores urbanas para assim aumentar a infiltração, e garantir o uso impermeável do solo?

E como lidar com as folhas outonais? Não será útil recolhê-las e "fabricar" composto que possa de novo ser utilizado nas novas plantações de espaços verdes?

Não devemos pensar de forma sistémica?

sábado, 31 de março de 2007

Roteiro das árvores classificadas de Lisboa


Parabéns! A CML tem desde 25 de Março, disponível aqui um "roteiro" cartográfico das árvores classificadas de interesse público, existentes na cidade.

(Existem também roteiros digitais e percursos pedestres sobre o tema. O primeiro será já a 14 de Abril: "Da Praça de Alegria a S. Bento". Inscrevam-se...deve ser giro.)

Estas árvores estão classificadas dada a existência - desde o memorável dia de 15 de Fevereiro de 1938 - d0 Decreto-Lei 28468, que reconheceu legalmente a importância da árvore notável, isolada ou em maciço, bosquete ou alameda!

Vale a pena ver quais são as que já constam desta distinção no site da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, que através da sua Divisão de Protecção e Conservação Florestal tem feito meritório trabalho nesta área.

A propósito saiba-se que qualquer um de nós pode recomendar árvores que pelo seu valor de porte, estrutura, idade, raridade, motivos históricos ou culturais, possam ser também classificadas, por exemplo aqui (Portal do Cidadão) ou aqui (DGRF). O melhor blogue sobre árvores em Portugal tem isso feito de forma exemplar para a zona do Porto!

As árvores classificadas têm um estatuto semelhante ao do património construído classificado, ficam com uma área de protecção de 50 m de raio a contar do tronco e qualquer intervenção nas mesmas tem de ser autorizada e acompanhada pela DGRF.

Já agora, e porque nem sempre somos os mais pequeninos do Velho Continente, veja aqui (e faça o download do ficheiro) para saber onde está a árvore mais alta da Europa....

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

A importância das árvores urbanas


Só para relembrar alguns aspectos importantes das árvores nas cidades, sem prioridades:

1. melhoram o micro-clima, aumentam o conforto urbano e diminuem os consumos energéticos:

a) reduzem o vento

b) aumentam o ensombramento no Verão

c) diminuem o efeito da "ilha de calor"

d) aumentam a humidade atmosférica no Verão

e) reduzem o albedo

2. reduzem a poluição atmosférica absorvendo vários poluentes em suspensão

3. fixam CO2 e libertam O2

4. criam micro-habitats para a fauna, em especial aves e insectos

5. favorecem a infiltração das águas pluviais, podendo diminuir os caudais de cheia

6. enquadram e valorizam esteticamente as estruturas edificadas

7. dão variações de cor, forma e textura á cidade

8. aumentam a nossa sensação de bem-estar

9. aumentam o valor financeiro dos imóveis próximos

10. ligam-nos à "Natureza"...

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Libertemos as árvores


Os tutores (postes de madeira normalmente utilizados ao lado das árvores para as segurar quando são pequenas) tendem a ser um problema maior do que a solução para a qual foram concebidos.

Servem, principalmente, para as árvores poderem suportar ventos fortes sem tombarem, enquanto as suas raízes não cumprem o papel de fixarem devidamente a planta ao solo (o que acontece quando elas são recentemente plantadas).

Podem servir também - nas situações urbanas mal concebidas ou de pouco espaço - como proteção da árvore aos ataques directos tipo parachoques das viaturas.

O problema é que os tutores, como tudo na vida, têm formas correctas e incorrectas de serem utilizados; vamos às correctas:

a) devem estar bem seguros no fundo da cova para realmente suportarem a árvore e não cairem sobre ela, provocando-lhe feridas, ou para outros lados, entortando-a;

b) devem estar afastados do tronco para não lhe provocarem feridas;

c) devem estar atados à árvores com fitas largas, plásticas ou orgânicas (ex: serrapilheira) para não magoarem o tronco e permitir o crescimento do mesmo;

d) essa fixação deve fazer um 8 (loop) entre o tutor e a árvore para evitar o contacto entre eles;

e) devem ser retirados assim que já não sejam necessários (ou seja, se a cova ou caldeira da árvore tiver as dimensões e características adequadas, num período maximo de 2 anos após plantação);

f) devem ser de tamanho reduzido e suportar a árvore no terço médio/inferior do tronco.

Vejam aqui um exemplo, em Barcelona:













Ora o que acontece na grande maioria dos casos nas árvores das nossas cidades é tudo ao contrário: tutores enormes, mal enterrados, atados ás árvores por estreitos fios plásticos, fios elétricos e fita adesiva, junto ao tronco, provocando-lhes extensas lesões de contacto e permancendo junto à árvore durante anos sem conta.

Este factos devem ser urgentemente corrigidos por forma a evitar danos graves e permanentes ás árvores!

Aos tutores (se mal empregues) pode assim aplicar-se o aforismo do costume: "com amigos destes, quem é que precisa de inimigos".

Para mais informação sobre esta assunto podem consultar:

The Myth of Staking
To Stake or not to Stake
Tree Staking
Staking Tree

Se tiverem situações destas solicitem a sua correcção escrevendo a quem tem a responsabilidade da manutenção dos espaços verdes na v. cidade. Muitas vezes os jardineiros não fazem isto por mal, mas apenas porque acham que na cidade é indispensável tutorar as árvores e por muitos anos...

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Bibliografia básica


Para mim estes livros são fundamentais na biblioteca de um amador de árvores em Portugal:

  • Cabral, Francisco Caldeira e Telles, Gonçalo Ribeiro, 1999 - A ÁRVORE EM PORTUGAL. Assírio e Alvim. Lisboa
É a "bíblia" para quem quer conhecer as árvores autóctones e tradicionais mais utilizadas em Portugal, realçando o seu enquadramento ecológico; fundamental ainda para perceber o que caracteriza uma árvore, e para saber "o que pretendemos" da árvore e como podemos atingir esses objectivos da forma mais adequada para a planta; indispensável.

  • Humphries, C.J. et alli, 1996 para a edição portuguesa - GUIA FAPAS, ÁRVORES DE PORTUGAL E EUROPA. Fapas e Câmara Municipal do Porto. Porto
É um guia de identificação, com edição original em inglês, mas muito bem traduzida e adaptada para português por um competente grupo de técnicos. Bons desenhos, textos claros, nomes correctos, fazem deste livro um dos tais indispensáveis para conhecer (e reconhecer) a maioria das árvores das nossas ruas e paisagens.

  • Parret, Jean, 2001 para a edição portuguesa - A ÁRVORE. Colecção "o nome da árvore". Temas e debates. Lisboa
É um pequeno livro, que se lê muito bem e que descreve as características essenciais e diferenciadoras das árvores, com particular clareza para o funcionamento e estrutura das mesmas.

  • Câmara Municipal de Lisboa, 2005 - GUIA ILUSTRADO DE VINTE E CINCO ÁRVORES DE LISBOA. Câmara Municipal de Lisboa. Lisboa

Com um design muito agradável e interessante ilustrações, este livro (quase uma brochura) mostra as características, locais onde se podem encontrar na cidade de Lisboa e algumas curiosidades sobre 25 espécies arbóreas marcantes nas ruas, jardins e parques da Capital.

  • Araújo, Paulo Ventura et alli, 2006, 2ª edição - À SOMBRA DE ÁRVORES COM HISTÓRIA. Gradiva. Lisboa
Um livro especial. Feito para as árvores que marcam a paisagem do Porto, deseja-se que possa vir a debruçar-se também sobre outras cidades do País. Descreve as espécies de uma forma muito interessante, mas concentra-se na história das mesmas, fazendo-nos reflectir que todas as actividades humanas têm um contexto temporal, espacial e ideológico, e que as árvores podem ser uma excelente forma de o analisar.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Ninhos



No Inverno as árvores de folha caduca revelam a sua estrutura lenhosa.

Nesta, é por exemplo interessante reparar:

  • a partir de que altura de tronco se iniciam os ramos principais,
  • qual a sua" arquitectura", as suas formas, dimensões,
  • subdivisões, locais e ângulos de inserção,
  • localização de gomos...

... um sem número de coisas que se estivermos atentos e interessados nos proporcionam uma observação diferente da árvore e que ajudam a ter dela uma imagem mais completa.

Contudo, é também nesta altura que melhor se observa um dos interesses das árvores urbanas: a de servir de habitat a espécies animais, neste caso, de local de nidificação de aves.

Além disso, o encontrar um ninho faz-nos regressar às doces sensações de infância; e mesmo sabendo que ele agora está vazio, imaginamos a Primavera que se aproxima e o prazer de novo "ir ver dos ninhos".

Não sei de que são, mas imagino que possam ser de pardal-comum (Passer domesticus); esta espécie está mais habituada a fazer ninho noutros locais que não lhes dêem tanto trabalho, mas também não desdenham uma arvorezita para fazer um lar.

Aparecem aqui na zona, do que eu já vi, em várias espécies de árvores: mélias, freixos, ginkos, bordos...portanto, aparentemente sem discriminação.


Enfim, nesta próxima Primavera já teremos mais outra coisa para nos entretermos!

Um homem que gosta de árvores...(e com boas ideias)


Vejam o Peter Gabriel neste Ted Talk a dizer que gosta de árvores (tal como nós)...
... só que não é só isso que ele diz; e essas outras coisas também valem a pena !

domingo, 28 de janeiro de 2007

Ameixoeira-dos-jardins (Prunus cerasifera pissardii)


Quando em 1880 o sr. Pissard, na altura jardineiro-chefe do Xá da Pérsia, enviou de lá para o botânico Carrière, em França, o 1º exemplar registado desta fantástica árvore de folhas escuras e exuberante floração branca, estava certamente muito longe de imaginar o sucesso que a mesma iria ter nas cidades e jardins da Europa e EUA.

Tanta emoção deve ter causado no seu amigo, que logo em 1881 este a descrevia e denominava como nova espécie a que atribuía o reconhecido nome de Prunus pissardii; não importa entrar pelos complicados meandros da taxonomia vegetal, mas agora esta árvore é conhecida por Prunus cerasifera subsp. pissardii, substituindo a antiga denominação de Prunus cerasifera var. atropurpurea pela qual por vezes ainda aparece referida.

A ameixoeira-dos-jardins (por curiosidade também por vezes também chamada de abrunheiro-dos-jardins) é uma planta da grande família das Rosáceas - que se caracteriza pelas flores terem 4/5 pétalas e 4/5 sépalas como a rozeira-brava - que Pissard criou a partir da variedade cultivada da ameixoeira (Prunus cerasifera).

É uma árvore de folha caduca, de copa arredondada, de tamanho pequeno/médio, podendo atingir os 8 metros de altura; é de crescimento rápido e pode viver até aos 80 anos.

Suporta bem a difícil vida urbana, em particular a poluição, doenças e secas, oferecendo-nos uma extraordinária floração branca-rosada (entre finais de Janeiro e Março) e uma distintiva cor de folhas vermelho-acastanhada (que aparecem depois da floração).

Os frutos são umas pequenas ameixas (tecnicamente são drupas) escuras, amargas, mas boas para fazer doces e compotas.

As cá da rua - com um perímetro à altura do peito de 14/16 cm, cerca de 5 m de altura e devendo custar nos viveiros, cada uma, cerca de 60 Euros - foram plantadas há muito pouco tempo, mas já se preparam nos encher de alegria com a floração que se anuncia:


Será concerteza uma bela surpresa para os moradores que ainda não saibam o que têm à porta...

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Instalaram a rega


As árvores são seres vivos, que para viverem nas condições adversas do meio urbano necessitam de algumas ajudas.

Uma delas é a rega, que permite levar a água às raízes das plantas nas alturas em que a evapotranspiração das mesmas excede a disponibilidade de água existente no solo. Evita-se assim que as plantas entrem no denominado "stress hídrico".

Existem vários métodos de rega e o que foi aqui utilizado foi o denominado de "gota-a-gota" superficial (existe também a gota-a-gota enterrada). Na caldeira da árvore, sobre a terra, é colocado um anel de tubo para rega gota-a-gota com cerca de 1 m de comprimento, onde estão os gotejadores de onde pinga a água para o solo.

Esta água, dado o débito mais ou menos constante do gotejador, vai encharcando o solo até à zona onde se situam as denominadas raízes "pastadeiras", finas e mais superficiais.

Estas fazem a absorção da água e dos nutrientes na planta, que a utiliza nomeadamente para os fazer circular e assimilar, bem como promover o processo da evapotranspiração por forma a controlar a sua temperatura interna.

Este método gota-a-gota tem a virtualidade de poupar água face aos métodos manuais tradicionais ou à aspersão que não se aplica com tanta facilidade nas árvores em caldeira. Por outro lado, exige menos mão-de-obra e é menos susceptível ao vandalismo.

Por todas estas razões é um método comum para a rega das árvores em caldeira. Só falta agora que continue a chuver nos tempos normais (até Abril) para não obrigar a gastar nas árvores "água dos tubos" cara, em vez da que pode cair do ceú, gratuita.

sábado, 13 de janeiro de 2007

Cipreste-comum (Cupressus sempervirens)


Árvore emblemática na paisagem mediterrânica, quer rural quer urbana, talvez seja por essa omnipresença, que a este cipreste lhe chamem "comum" (que de resto é mesmo excepcional)!

A sua copa colunar que pode atingir os 30 m de altura, distingue-o entre todas as outras espécies arbóreas.

Esta copa em forma de "vela" levou-o a ser plantado nos cemitérios para em permanência "velar pelos que já partiram". Mas também o tornou símbolo de ligação entre a Terra e o Ceú, tornando-se árvore plena de espiritualidade, plantada nos claustros, pátios e hortas dos mosteiros medievais.

O nome científico é Cupressus sempervirens, o que quer dizer o "cipriota sempre-verde", ou seja:

1. proveniente do Mediterrânico Oriental (onde se situa Chipre) e Ásia Menor; a sua importância nas paisagens gregas e romanas é assinalável, existindo até semelhanças entre a área ocupada pelo Império Romano e a actual distribuição do cipreste-comum (é por isso que de há tantos séculos utilizado em Portugal, já a consideramos "tradicional" na nossa paisagem).

2. sempre-verde, alude por sua vez a dois aspectos: árvore de folha perene, mas também longeva - há exemplares com 1000 anos e chegar aos 500/600 é "comum" neste cipreste! O seu crescimento é rápido nos primeiros anos, mas depois torna-se lento com o passar do tempo.

Espécie monóica, com as flores masculinas em cones amarelos nas pontas das folhas e as femininas agrupadas, destas surge o fruto - umas sementes aladas, tão leves que são precisas 150.00 para fazer um kg; estas sementinhas mantêm-se encerradas aos 8 a 20, numas glábulas compostas por 10-14 escamas e que primeiro são verdes tornando-se cinzentas quando amadurecem.

As folhas são em forma de escama, situação característica a outros ciprestes.

A espécie adapta-se bem a qualquer tipo de solos (menos os húmidos), mas prefere locais ensolarados aos sombrios; resiste bem aos ventos e às altas temperaturas.

A sua madeira - aromática, resistente e durável - é muito apreciada em marcenaria, tendo sido usada pelos egípcios para fazer sarcófagos, pelos gregos para fazer móveis e pelos carpinteiros medievais para as arcas da época.

Dele também se extrai um óleo essencial com propriedades benfazejas aos sistemas circulatórios, digestivos e respiratórios.

Aqui perto de casa só há dois exemplares, isolados e afastados entre si, mas felizmente bem adaptados e já com cerca de 4/5 m de altura, preparados para crescer nos próximos 500 anos!

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Palmeira-de-leque (Washingtonia filifera)


Eis-nos chegados à palmeira cá do bairro: a palmeira-de-leque (Washingtonia filifera). É originária dos oásis dos desertos da Califórnia, e dela os índios que aí habitavam faziam uso intenso dos frutos (que comiam) e folhas (das quais faziam abrigos, alimentavam o gado, fabricavam sandálias).

O seu nome latino é por um lado uma homenagem ao 1º Presidente dos EUA (George Washington) e por outro uma referência aos grandes filamentos que as folhas exibem e que caracterizam esta espécie.

As folhas são perenes, muito grandes - de 1 a 2 m de comprimento; o pecíolo é de quase iguais dimensões e tem dentes bicudos. As folhas que secam ficam penduradas no topo das árvores, na base das folhas mais jovens e formando uma "juba" amarelo-acinzentada, pendente, que na cidade serve de abrigo a pombos e outras aves. Tirando estas folhas as palmeiras ficam com ar mais elegante.

Tem inflorêscencias hermafroditas que aparecem na Primavera e que produzem uns frutos de cor escura que caem no Inverno e germinam facilmente, permitindo assim a propagação da espécie.

As palmeiras-de-leque são de crescimento rápido, podem atingir os 15/20 m e durar entre 100 e 200 anos; resistem bem á seca e não têm grandes problemas fitossanitários. São muito utilizadas nas regiões de clima mediterrânico, europeias e americanas, quer como árvores de alinhamento quer em exemplares isolados.

Aqui ao pé de casa, existe um pequeno alinhamento de 4 palmeiras num canteiro e outra,dupla, numa rotunda; são todas relativamente jovens e estão bem adaptadas.



Existe uma outra palmeira do género Washingtonia, a W. robusta; também se chama palmeira-de-leque, mas esta é "do México", enquanto que a W. filifera é "da Califórnia". Distingue-se por não ter a mesma profusão de filamentos nas folhas; cresce mais lentamente, tem maior altura e menor diâmetro de tronco, sendo assim a W. robusta a mais alta e magra das duas...